(quadro de Picasso)
Um paradigma poderá ser entendido como um referencial para a investigação e apresenta-se através de um conjunto de orientações e que irá traduzir-se na prática o meio de suporte ao estudo. As investigações na educação são suportadas por três grandes paradigmas de investigação científica: o positivista, o interpretativo e o sócio crítico.
Segundo Coutinho, 2006 “ A cada paradigma corresponde a uma forma de entender a realidade e encarar os problemas educativos e a evolução processa-se quando surgem novas formas de equacionar as questões impulsionando a que os paradigmas fluam, entrem em conflito na busca de novas soluções para os problemas do ensino e da aprendizagem”.
A escolha do paradigma de suporte a uma investigação, é assim, um processo complexo mas o tipo de investigação - centrada no objecto ou no estabelecimento da relação entre o sujeito e o objecto - poderá ser determinante na escolha do paradigma ou na coexistência de mais do que um durante o estudo.
Caracterização dos paradigmas:
Paradigma positivista/normativa
No primeiro caso o paradigma positivista/normativa baseia-se num conceito objectivo onde o investigador deverá procurar ser o mais neutro possível evitando interferir no meio/realidade em estudo. É um paradigma que assenta na procura da causa-efeito e onde os mundos físico e social são vistos de forma igual. As investigações que se desenvolvem neste paradigma baseiam-se na previsão, explicação e controlo de fenómenos através da formulação de leis gerais; rejeitando o senso comum. Em termos de educação e quando utilizado este paradigma desenvolve-se regra geral em sala de aula, nomeadamente, em simulações de laboratório e com base em métodos quantitativos, questionários, análises estatísticas e codificação quantitativa. Está normalmente associado a investigações em larga ou média escala.
Paradigma Interpretativo
No paradigma interpretativo, ao contrário do anterior, o papel do investigador é fundamental com o seu envolvimento na procura de padrões e orientações no percurso da investigação, havendo uma grande valorização do seu papel. Neste paradigma o sujeito e o objecto têm em comum o facto de serem em simultâneo “intérpretes” e “construtores de sentidos” procurando-se compreender e descrever o significado das acções dos sujeitos descurando entender as causas (ao contrário do paradigma anterior). O individuo é assim visto como um objecto de estudo. Regra geral este paradigma está associado a investigações de pequena escala e recorre à utilização de técnicas de observação, questionários e às análises conversacional e textual para chegar aos seus objectivos.
Paradigma Crítico
Este paradigma baseia-se em princípios ideológicos e onde a sociedade, grupos e indivíduos são os objectos de estudo havendo participação do investigador. É considerado por muitos autores como o paradigma emancipatório; isto é, de transformação, baseando-se assim numa intervenção activa e crítica na modificação das situações anteriores (procura dos aspectos aparentemente invisíveis mas que serão factores importantes para a essa mudança). Em termos educativos é utilizada para a tomada de decisões recorrendo à investigação avaliativa.
(Equipa In Fiore)
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