domingo, 30 de outubro de 2011

Trabalho de grupo

(fotografia de Guy Bourdin)

  • Organização (em equipa) de um fluxograma relativo às etapas de uma investigação (Entrega no Fórum Equipas).


  • Questões para trabalho: Quais os paradigmas em que se pode inserir a investigação educacional? Quais as grandes diferenças entre investigação quantitativa e qualitativa? Que métodos se podem definir em investigação educacional? Como caracterizar um estudo de caso em investigação?Como começar uma investigação? Quais as características de um bom problema de investigação? Quais as etapas a percorrer num processo de investigação? Como deve ser organizado um relatório de investigação? Como citar as fontes usadas numa investigação? 




  • Equipa In Fiore: Maria Lisete Lapa, Miguel Coelho, Nelson Sovela, Sónia Santos, Susana Fonseca



  • domingo, 23 de outubro de 2011

    Paradigmas na Investigação em Ciências Sociais e em Educação


    O conceito

    paradigma
    (grego parádeigma, -atos
    s. m.
    1. Algo que serve de exemplo geral ou de modelo. = PADRÃO
    2. [Gramática]  Conjunto das formas que servem de modelo de derivação ou de flexão. =PADRÃO
    3. [Linguística]  Conjunto dos termos ou elementos que podem ocorrer na mesma posição ou contexto de uma estrutura.
    (Dicionário Priberam)

    "Entende-se por paradigmas, o conjunto de princípios, teorias, estratégias metódicas e resultados cruciais que servem de modelo ou quadro orientador às pesquisas produzidas na sua área."
    Silva e Pinto (1986) 

    "Paradigmas reúnem informações ou limitam o território em que se procuram as soluções para os problemas que são enfrentados. E cada problema solucionado reforça a crença no paradigma estabelecido."
    Kuhn (1962)

    "Paradigmas são as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante um certo tempo, proporcionam modelos de problemas e soluções a uma comunidade científica." (Kuhn, 1971 apud Gialdino; 1993) 

    "Um paradigma é um conjunto de princípios do conhecimento e pressupostos que definem o tipo de dados que somos capazes de ver em primeiro lugar."
    Ken Wilber (1989) 




    Os três paradigmas 

    Existem três paradigmas ao serviço da Investigação Educacional: O Positivista, de carácter racionalista e cariz quantitativo, o Interpretativo, de cariz qualitativo, e o Crítico. 

    O que os distingue:

    - Objectivo da Investigação;
    - Natureza da Realidade Social;
    - Visão sobre o Homem;
    - Visão sobre o Senso Comum;
    - Natureza da Teoria e da Explicação;
    - Perspectiva sobre os valores. 

    Segundo Koetting (1984)

    Dimensão
    Positivista
    Interpretativo
    Crítico
    Interesses
    Explicar, controlar, predecir
    Compreender, interpretar (compreensão mútua partilhada)
    Emancipar, criticar e identificar o potencial para a mudança
    Odontologia (Natureza da realidad)
    Dada, singular, tangível, fragmentada, convergente
    Construída, holística, divergente, múltipla
    Construída, holística
    Relação sujeito - objecto
    Independente, neutral, livre de valores
    Inter-relação, relación influida por factores subjectivos
    Inter-relacionados. Relação influenciada pelo forte compromisso para a mudança
    Propósito: Generalização
    Generalizações livres de contexto e tempo, leis, explicações:
    - Dedutivas
    - Quantitativas
    - Centradas sobre semelhanças
    Hipótese de trabalho no contexto e tempo dado, explicações idiográficas, indutivas, qualitativas, centradas sobre diferenças
    Como no interpretativo
    Explicação Causalidade
    Causas reais, temporalmente precedentes ou simultâneas
    Interacção de factores
    Axiologia (papel dos valores)
    Livre de valores
    Valores dados. Influenciam na selecção do problema, teoria, método e análise
    Valores dados. Crítica de ideologia.



    sábado, 22 de outubro de 2011

    Análise do Vídeo da "Universidad Autónoma de Baja California"


    A Investigação Científica – Busca intencional de conhecimentos ou soluções de problemas de carácter científico.

    Caracterização do processo de Investigação

    - Sistemático: A partir da formulação de uma hipótese recolhem-se dados, analisam-se e interpretam-se, de forma a alterar ou acrescentar novos conhecimentos, iniciando assim um novo ciclo de investigação.
    - Organizado: Todos os membros da equipa de investigação devem conhecer o que devem fazer durante o estudo, aplicando os mesmos critérios a todos os participantes.
    - Objectivo: As conclusões do estudo baseiam-se em factos que foram observados e medidos.

    Característica fundamental da investigação

    A descoberta de princípios gerais, partindo de resultados anteriores relacionados com o seu problema. Deve para isso planear-se uma metodologia sobre os dados recolhidos:
    - Recolher
    - Registar
    - Analisar

    Para a investigação ser científica deve:
    - Ser planeada;
    - Ser original;
    - Ser objectiva;
    - Dispor do tempo necessário;
    - Possuir medidas numéricas;
    - Oferecer resultados comprováveis e verificáveis.

    Análise do vídeo: Modalidades de pesquisa em educação (2/2)


    A pesquisa em Educação

    Com base no “Programa do Observatório da prática docente”, partiu-se do objectivo de integrar professores da rede pública com os conhecimentos e análise da Universidade.

    Princípio da “pesquisação”
    O pesquisador desenvolve o projecto em parceria com alunos e professores visando uma intervenção. Planeando um modo de actuar diferente, naquela escola, com um foco definido. Os pesquisadores encontram-se ali actuando e pesquisando.
    Excerto do livro “Metodologia de Pesquisa Científica” de Marília Tozoni-Reis
    “Os participantes deixam de ser objectos de estudo para serem pesquisadores produtores de conhecimentos sobre a sua própria realidade. O sujeito que vive a realidade sócio-ambiental é portanto parceiro das investigações definidas participativamente, ou então um pesquisador comunitário que constrói e produz conhecimentos sobre essa realidade, em parceria com aquele que seria identificado em outra modalidade como pesquisador académico.”

    O papel do professor pesquisador
    Pesquisa a própria prática e aprende a sistematizar dados da sua realidade.
    Denota-se aqui uma tendência para a pesquisa e a partilha de conhecimentos, o que antes era realizado de forma individual e isolada, é agora partilhado em reuniões periódicas. O que é totalmente coerente, porque apesar de os professores se encontrarem em áreas disciplinares diferenciadas têm em comum a prática docente, com problemas e obstáculos semelhantes. Daí a criação de um grupo, como no vídeo em questão, que vai estudar as dificuldades que o professor atravessa no seu desempenho em sala de aula. O grupo terá como intuito trocar entre si experiências, abordar necessidades e discutir a temática central - a complexidade da prática docente.

    Caso prático

    “Pesquisa de campo como modalidade de investigação”
    Formulação de questões:
    - Quem são os bons alunos?
    - Como se produz um bom aluno?
    - O que se sabe sobre eles?
    Metodologia:
    - Contactos com a direcção da escola;
    - Solicitação de duas professoras que leccionem em turmas boas;
    - Acompanhamento das aulas das turmas escolhidas.
    Objecto de estudo:
    - Duas turmas enquadradas numa classificação de qualidade.
    Recolha de dados:
    - Observação em campo e registo da observação e de eventuais conversas e indagação.
    Tratamento dos dados:
    Posteriormente a esta recolha, é feita a ampliação dos registos efectuados em campo.

    Quatro pontos de relevância
    a) Observação e entrevista
    b) Planeamento participativo
    c) Análise de conteúdo
    d) Interpretação de texto


    sexta-feira, 21 de outubro de 2011

    Reflexão sobre a Dissertação "E-Portefólio - um estudo de caso"

    (Salvador Dalí)

    A temática escolhida é interessante e, efectivamente, um bom exemplo a trabalhar indo de encontro a um paradigma interpretativo na realidade a que se sustem, recolhendo informação consistente e de forma periódica.
    No que diz respeito à questão dos portefólios, o desenvolvimento de um estudo deste tipo não deixa também de ser curioso, estando voltado para a disciplina de Matemática porque, de facto, o conceito de portefólio começou por estar em consonância com as áreas artísticas e é, em contexto escolar, instrumento preferencial na área das línguas.

    No meu caso particular trabalhei durante um ano lectivo com portefólios aplicados à minha disciplina, ou seja, Português, com alunos do 10º ano, tendo sido uma decisão conjunta do grupo disciplinar. Assim, os alunos para além de o fazerem na disciplina de Inglês, passaram a fazê-lo na disciplina de Português. No nosso caso, este trabalho durou apenas um ano lectivo porque, tal como a autora aponta, há uma série de situações negativas associadas a esse tipo de trabalho. Pode parecer absurdo, mas é realmente complicado transportá-los e avaliá-los, principalmente se o professor tiver 5 ou 6 turmas do mesmo nível, com cerca de 25 alunos em cada uma. Outro problema seria a ausência de observação e intercâmbio dos portefólios entre alunos, pois cada um apenas se preocupava em trabalhar e observar o seu. Para além disso os alunos esforçavam-se na construção deste não ao longo do ano, mas perdiam uma noite, em cada módulo ou período escolar, ou seja, trabalhavam na véspera, apenas para mostrar o produto final com o intuito da avaliação.
    Construir um portefólio electrónico poderá vencer estes problemas, pois estará sempre disponível para ser observado e controlado pelo professor, e se os objectivos e metas forem bem traçados, cada aluno fará desse instrumento não apenas um elemento de avaliação, mas um momento constante de reflexão e trabalho, revelando o seu crescimento e a sua aprendizagem contínua. Tendo ainda a vantagem adicional de ser visível a toda a comunidade, não só ao professor, mas aos colegas e aos próprios pais.

    (Quadro de Kandinsky)

    A plataforma Moodle, que é uma das possibilidades apontadas pela autora, resulta muito bem neste campo, sendo aliás usada em muitas comunidades escolares, pois permite a ligação entre toda a comunidade e entre as próprias disciplinas, naquilo que se considera favoravelmente como interdisciplinaridade. Quando uma das escolas onde leccionei implementou a plataforma, todos os docentes foram incentivados a usá-la como espaço de trabalho privilegiado. A recordação que tenho desse ano é bastante positiva, pois foi uma forma de responsabilizar os alunos, já que estes utilizavam a plataforma para entregar, no espaço dedicado à sua turma, os trabalhos exigidos pelo professor, e o próprio professor tinha ali um canal de comunicação rápido e eficaz, assim como uma forma de controlo da evolução do aluno e da própria criatividade e sensibilidade, muitas vezes esquecidas na formação escolar. Os alunos comportavam-se de forma mais autónoma, sem esperarem que o professor lhes estendesse a mão e os acompanhasse no percurso educacional para ajudá-los a vencer o medo, a insatisfação ou a desmotivação, simplesmente porque se criou um espaço livre num ambiente bem conhecido de cada um, ou seja, uma “casa” na Web.
    No que toca ao portefólio, quando este passa a ser electrónico parece sofrer uma metamorfose, porque algo que parecia abominavelmente cansativo, uma mera obrigação escolar, torna-se algo mais acessível e motivante, nem que seja por estar longe de um papel e de uma caneta. Num espaço assim, se me é permitida a metafórica expressão, podemos “aprisionar” os alunos e, fazendo uso de uma imagem bíblica, congelar as suas produções escolares, fazendo-as padecer da eternidade como testemunhas de vida.
    Este factor supracitado vai de encontro à conservação da memória, precisamente aquilo que se fez à literatura tradicional, ou seja, começar a publicá-la com o advento da imprensa para não se perder nos confins da memória de cada um. Assim, far-se-á o mesmo com a Web, que servirá como veículo de transmissão, conservando uma experiência académica que, caso contrário, um dia poderia aparecer num caixote qualquer do sótão de casa.

    (Jackson Pollock)

    Fazer um estudo sobre portefólios electrónicos é uma fonte de utilidade e actualidade, porque as políticas tecnológicas emergentes incitam à aproximação das tecnologias na vida de todos nós. Podemos confirmá-lo na própria avaliação de cursos de educação e formação de adultos e na validação de competências, feitos com base na construção de um portefólio reflexivo que contenha a dita aprendizagem ao longo da vida, culminando nos ensinamentos actuais e numa reflexão que vá de encontro à evolução e crescimento pessoal e académico de cada formando.

    Em suma, este é um estudo coerente que merece ser destacado porque pretende reafirmar a necessidade de fazer do ensino não um sistema obsoleto, com metodologias arcaicas e repetitivas, mas fazer com que este evolua e se adapte a toda a tecnologia. A importância da criação e aplicação de um instrumento de trabalho como o portefólio será essencial nos momentos de aprendizagem e respectiva avaliação, desde que haja uma exigência e um controlo por parte do professor, para evitar que os alunos caiam na tentação do mal do século da informação, o copy paste, e podendo abrir um caminho que se vá alargando à exploração de temas e gostos pessoais de cada um que possam depois ser incorporados no próprio portefólio electrónico, não só no culminar dos momentos de avaliação.



    Tema 1 - O Processo de Investigação


    (Quadro de Edward Hopper)

    Este tema é dedicado a procurar identificar paradigmas e métodos de investigação em Educação, a definir as etapas do processo investigativo e a traçar as características de um relatório de investigação.

    Actividade 1 decorrerá em quatro fases entre 17 de Outubro e 6 de Novembro:

    Fase 1 - De 17 a 19 de Outubro
    • Discussão do Contrato de Aprendizagem (CA) e apresentação dos membros da comunidade.
    • Leitura e visualização (individual) dos recursos de aprendizagem disponibilizados neste tópico e/ou indicados no CA. Veja com atenção os diapositivos intitulados O Processo de Investigação da Prof. Alda Pereira.
    • Pesquisa (individual) de recursos de aprendizagem relacionados com o tema tratado.
    • Análise e interpretação do conteúdo dos objectos de aprendizagem propostos.

    quinta-feira, 20 de outubro de 2011

    Introdução


    Este blog servirá como registo de reflexões ao longo da unidade "Metodologias de Investigação". 
    Será o espaço testemunha de um percurso, uma viagem de descoberta pelos métodos, instrumentos de recolha e de análise de dados, tendo como destino final a investigação propriamente dita em sentido prático.

    Boa viagem!

    Descobrir

    (fotografia de Kishin Shinoyama)

    “A viagem da descoberta consiste não em achar novas paisagens, mas em ver com novos olhos.” Marcel Proust